Por
Antonio Jorge de Melo
Em nosso planeta
existem lugares exóticos que são únicos e exclusivos, e que por isso mesmo tem
muito a nos ensinar. Por exemplo: o mar Morto!. Segundo a Wikipédia, o Mar
Morto na verdade “é um lago de água do Oriente Médio, com uma superfície de
aproximadamente 650 km² em 2014, um comprimento máximo aproximado de 50 km
e a uma largura máxima de 18 km é alimentado pelo rio Jordão e banha a Jordânia e Israel.
O mar Morto tem esse
nome devido à grande quantidade de sal nele contida, dez vezes superior à dos
demais oceanos, donde decorre a escassez de vida em suas águas, havendo
apenas alguns tipos de
arqueobactérias e algas. Qualquer peixe que seja
transportado pelo rio Jordão morre
imediatamente, assim que desagua neste lago de água salgada. A sua água é
composta por vários tipos de sais, alguns dos quais só
podem ser encontrados nesta região do mundo. Em termos de concentração, e em
comparação com a concentração média dos restantes oceanos em que o teor de sal,
por 100 ml de água, não passa de 3 g, no mar Morto essa taxa é de 30 a 35 g de
sal por 100 ml de água, ou seja, dez vezes superior.
A contínua perda das
suas águas causa uma redução em sua área e profundidade, relativamente ao nível
médio das águas domar Mediterrâneo,
o que faz com que seja o maior desnível negativo do mundo, em relação ao nível
do mar. Entre 1992 e 2014, a média de aumento deste desnível foi quase 1
metro por ano. Em 1992, o desnível era de 407 metros. Em 2004 era de 417 metros
e em 2010 era de 423 metros. Já em 2014, o desnível era de 427 metros”.
Bom, agora que já
sabemos um pouco mais sobre o Mar Morto, podemos afirmar que ele não é um mar,
mas um lago, e como tal, recebe as águas do Rio Jordão que nele se derrama com
total abundância. Mas ele não flui para lugar nenhum, é um lago, e pior, não é
capaz de gerar ou manter a vida em toda a sua extensão. Também está a muitos
metros abaixo do nível do mar, o que lhe confere uma característica especial.
Mas aí alguém já pode
perguntar: “E eu com isso?” Ou: “E o que isso tem a ver
comigo?” Respeitando as opiniões e percepções que as pessoas possam ter
divergentes das minhas (o que é bom e enriquecedor), quero aqui tecer minhas
considerações.
Existem pessoas que se
comportam tal qual o Mar Morto, ou seja, recebem, recebem, recebem...mas nunca
se doam, nunca dão qualquer contribuição. Apenas recebem. Estão sempre na
expectativa do que lhes poderá ser doado. Essas pessoas também não geram vida, e
não permitem que haja vida nelas mesmas. E tudo que elas recebem contendo vida
nelas perece. E finalmente vivem confinadas num nível abaixo do desejável e
esperado para se encarar a sua própria existência com resignação, otimismo e alegria, mesmo
diante das mais difíceis circunstâncias da vida. Cito aqui um exemplo de 3
letras: a ELA!!!
É fato
que sou paciente de ELA, e a medida que o tempo passa, mais e mais
aumenta o meu nivel de dependência de terceiros para fazer as coisas mais
básicas e comuns do dia a dia, ou seja, estarei sempre necessitando de alguém que
me doe cuidado e atenção, Todavia, sei que de alguma forma eu
e meus entes queridos podemos dar a nossa contribuição para que um
dia esse sofrimento que a ELA nos impõe cesse, ou que pelo menos
diminua de intensidade,
Dessa forma, estou certo de que sempre haverá vida em mim. Jamais serei como as águas do Mar Morto.
Dessa forma, estou certo de que sempre haverá vida em mim. Jamais serei como as águas do Mar Morto.