Por Antonio Jorge de Melo
No dia
24/03 precisei fazer uma viagem de Volta redonda a São Paulo, e por razões
alheias a minha própria vontade, optei por ir de ônibus, apesar do trauma que
desenvolvi por esse meio de transporte, após uma péssima experiência vivida em
junho do ano passado quando precisei fazer a mesma viagem com a mesma empresa,
que aliás, é a única que oferece essa rota. (http://falandosobreela.blogspot.com.br/2014/07/cadeirante-denuncia-ao-senado.html).
Para não correr o risco de passar
pelos mesmos dissabores da viagem anterior, liguei para a garagem da empresa,
localizada na cidade de Barra Mansa e expus de forma bastante clara a questão
da necessidade da empresa e/ou terminal rodoviário me atender dentro do que
está estabelecido na Res 3.871/2012 da ANTT. Tambem tomei o cuidado
de ligar para o guichê da empresa no terminal rodoviário de Volta Redonda, e
obtive a informação de que os ônibus da empresa estavam adequados ao embarque
de cadeirantes. Não satisfeito, liguei para o SAC da Clickbus (http://www.clickbus.com.br/),
empresa responsável pela venda das passagens, que se eximiu de qualquer
responsabilidade em relação a esse assunto.
No dia do embarque em Volta
Redonda, ao contrário do que que ocorreu na viagem anterior, a cadeira de
transbordo estava lá, mas os 2 funcionários que deveriam operar a cadeira
simplesmente não sabiam como fazê-lo, e a cadeira serviu apenas como uma espécie
de andor, onde os funcionários desprenderam um enorme esforço e tiveram
bastante dificuldade para me conduzir ao interior do ônibus.
No desembarque no Terminal do
Tietê, não havia cadeira de transbordo. Fiquei sabendo que a cadeira do
terminal não seria disponibilizada para a empresa Cometa, pelo fato da Cometa
ter a sua própria cadeira. Por conta desse impasse, fiquei no interior do
ônibus aguardando a cadeira por cerca de 40 minutos. Da mesma forma que no
embarque em Volta Redonda, mais uma vez os 2 funcionários que me desembarcaram
não faziam a mínima de ideia de como a cadeira de transbordo deveria ser
manuseada.
Cadeira de transbordo trancada no terminal Tietê |
No dia seguinte, em
meu retorno a Volta Redonda, a cadeira estava disponível para meu embarque no
terminal, mas contei 5 funcionários em volta da cadeira tentando entender como
utiliza-la. Depois de muitos pitacos e piruadas, consegui ser embarcado, mas um
dos funcionários pediu a ajuda de um passageiro que já se encontrava dentro do
ônibus para ajuda-lo na realização da operação.
Finalmente em Volta
Redonda, já calejado por tantos desmandos, até que o desembarque foi menos
traumático e mais adequado. Os 2 funcionários conseguiram utilizar a cadeira de
transbordo de uma forma mais correta.
Para mim, o que ficou claro e patente diante de todos os fatos aqui
relatados é que, tanto a Cometa quanto os terminais rodoviários não
oferecem treinamento a seus funcionários sobre o embarque/desembarque correto
de cadeirantes com o uso da cadeira de transbordo, e por conta disso, descumprem
a Res 3.871/2012 da ANTT. Ou seja, para a Cometa de nada valeu a Ação Judicial
que movi contra ela, o que lhe valeu uma multa de R$4000,00, além da
visibilidade negativa dessa empresa nas redes sociais que promovi visando
uma possível mudança de atitude da parte dela.
Penso que não consegui.
Para mim, o que ficou claro e patente diante de todos os fatos aqui relatados é que, tanto a Cometa quanto os terminais rodoviários não oferecem treinamento a seus funcionários sobre o embarque/desembarque correto de cadeirantes com o uso da cadeira de transbordo, e por conta disso, descumprem a Res 3.871/2012 da ANTT. Ou seja, para a Cometa de nada valeu a Ação Judicial que movi contra ela, o que lhe valeu uma multa de R$4000,00, além da visibilidade negativa dessa empresa nas redes sociais que promovi visando uma possível mudança de atitude da parte dela.