Dionísio dos Santos Lima, o Dudu, ex-jogador do Sta Cruz de Recife |
Esclerose Lateral Amiotrófica, três
palavras para definir uma doença fatal que ameaça os profissionais que jogaram
ou jogam futebol na Itália e no resto do mundo. Essa síndrome provoca
atrofia muscular irreversivel, paralisando de forma progressiva os braços,
pernas, a capacidade de falar, engolir e respirar. O paciente normalmente
permanece lúcido. Hoje, não há cura nem causa conhecidas. Segundo as
estatísticas, no mundo, cerca de seis em cada 100 mil habitantes desenvolvem
a ELA.
Stefano Borgonovo, ex-craque do Milan |
Investigação coordenada pelo magistrado italiano Raffaele Guariniello revelou que jogadores italianos têm risco 30 vezes maior de desenvolver a doença do que a média dos europeus. O retrato dessa sentença foi visto na TV Italiana, quando Stefano Borgonovo, ex-atacante da seleção italiana e do Milan, que faleceu de ELA em junho do ano passado, decidiu ser porta-voz dos doentes que convivem com essa doença. Com dificuldade de falar e inerte, mas lúcido, pediu fundos para combater a doença. O impacto das imagens do ex-atleta fez lembrar outros jogadores vítimas da ELA, como Signorini, capitão e ídolo do Genoa nos anos 90, e Lombardi, jogador do Avellino. Com eles, emergiram dados até então pouco conhecidos do público.
Na Itália, a pesquisa de Guariniello,
com ajuda de médicos especialistas, abordou 24 mil ex-jogadores profissionais
das três divisões de futebol local de 1960 até 2006 e descobriu que cerca de 50
tinham a doença -a maioria cumpriu a carreira a partir do início dos anos 80.
Outra pesquisa, do
professor Adriano Chiò, do Departamento de Neurociência da Universidade de
Turim, examinou dados de 7.325 futebolistas profissionais de 18 a 69 anos,
entre 1970 e 2006. Foram achados oito casos, seis vezes mais do que a hipótese
inicial de 1,24. A idade média do surgimento da ELA era de 43 anos. "Idade
mais baixa do que aquela na qual a doença se manifesta, que em geral é 65
anos", disse Chiò.
Para verificar se existe relação da ELA com as atividades esportivas, foram examinados ciclistas profissionais italianos entre 1945 e 2001 e jogadores de basquete entre 1980 e 2003. Não houve nenhum caso. Confiando que a incidência entre futebolistas não é casualidade, os especialistas intensificam as pesquisas.
"As hipóteses principais são
doping, remédios, suplementos alimentares, pequenos traumas nos membros
inferiores ou na cabeça e uso de fertilizantes na grama", disse
Guariniello, que quer ir além das causas das doenças. "É preciso apurar as
responsabilidades”, disse.
Em 2012, o Diretor Médico da FIFA, o Neurologista Jiri Dvorak se reuniu com o conselho científico da Fundação Borgonovo para discutir sobre estudos que mostram uma possível relação entre a prática do futebol e a ELA, entre outras coisas.
Em 2012, o Diretor Médico da FIFA, o Neurologista Jiri Dvorak se reuniu com o conselho científico da Fundação Borgonovo para discutir sobre estudos que mostram uma possível relação entre a prática do futebol e a ELA, entre outras coisas.
Waschington, ex jogador do Fluminense |
Recentemente o futebol brasileiro
perdeu uma de suas grandes estrelas.Na madrugada do dia 25 de maio morreu
aos 54 anos o ídolo do Fluminense nos anos 80, o ex jogador waschington.
Ele sofria de ELA. Waschington lutava contra a doença desde 2006, quando
começou a sentir os primeiros sintomas. Vestido com a camisa 9, o atacante
waschington jogou 303 partidas e marcou 120 gols com a camisa do tricolor
carioca. Tambem jogou nove partidas pela Seleção Brasileira. Marcou
quatro gols, sendo dois deles pela equipe principal.
Alem do craque Waschington, em 2012 o Brasil perdeu um outro jogador de futebol, o ex-zagueiro do Sta Cruz Recife Dionísio dos Santos Lima, o Dudu, aos 41 anos. Atualmente, o ex-lateral do Bahia Mailson trava sua luta pessoal contra essa terrivel doença.
Mailson, ex-jogador do Bahia |
O Movimento em Defesa dos Direitos da Pessoa com ELA (Movela) hoje luta para que pesquisas com células-tronco que já são feitas em vários países do mundo comecem a ser feitas também no Brasil. Essas pesquisas tem demonstrado ser capaz de retroceder ou pelo menos retardar o avanço da doença, dando assim aos pacientes de ELA uma esperança de vida agora e tambem no futuro.
Por isso, todos contra a ELA!
Fonte:
Imagens meramente ilustrativas