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Em 2009 fui diagnosticado com uma doença do neurônio motor (DNM) Trata-se de uma doença neuromuscular, progressiva, degenerativa e sem cura. Mesmo assim insisto que vale a pena viver e lutar para que pesquisas, tratamentos paliativos, novos tratamentos cheguem ao Brasil no tempo + breve possível, alem do respeito no cumprimento dos nossos direitos. .

8 de jun. de 2014

A Esclerose Lateral Amiotrófica e o futebol italiano

 Dionísio dos Santos Lima, o Dudu, ex-jogador do  Sta Cruz de Recife 

Esclerose Lateral Amiotrófica, três palavras para definir uma doença fatal que ameaça os profissionais que jogaram ou jogam futebol na Itália e no resto do mundo. Essa síndrome provoca atrofia muscular irreversivel, paralisando de forma progressiva os braços, pernas, a capacidade de falar, engolir e respirar. O paciente normalmente permanece lúcido. Hoje, não há cura nem causa conhecidas. Segundo as estatísticas, no mundo, cerca de seis  em cada 100 mil habitantes desenvolvem a ELA.

Stefano Borgonovo, ex-craque do Milan 
                                    
















Investigação coordenada pelo magistrado italiano Raffaele Guariniello revelou que jogadores italianos têm risco 30 vezes maior de desenvolver a doença do que a média dos europeus. O retrato dessa sentença foi visto na  TV Italiana, quando Stefano Borgonovo, ex-atacante da seleção italiana e do Milan, que faleceu de ELA em junho do ano passado, decidiu ser porta-voz dos doentes que convivem com essa  doença. Com dificuldade de falar e inerte, mas lúcido, pediu fundos para combater a doença. O impacto das imagens do ex-atleta fez lembrar outros jogadores vítimas da ELA, como Signorini, capitão e ídolo do Genoa nos anos 90, e Lombardi, jogador do Avellino. Com eles, emergiram dados até então  pouco conhecidos do público. 
Signorini, ex-idolo do Gênova

Na Itália, a pesquisa de Guariniello, com ajuda de médicos especialistas, abordou 24 mil ex-jogadores profissionais das três divisões de futebol local de 1960 até 2006 e descobriu que cerca de 50 tinham a doença -a maioria cumpriu a carreira a partir do início dos anos 80.

Outra pesquisa, do professor Adriano Chiò, do Departamento de Neurociência da Universidade de Turim, examinou dados de 7.325 futebolistas profissionais de 18 a 69 anos, entre 1970 e 2006. Foram achados oito casos, seis vezes mais do que a hipótese inicial de 1,24. A idade média do surgimento da ELA era de 43 anos. "Idade mais baixa do que aquela na qual a doença se manifesta, que em geral é 65 anos", disse Chiò.

Para verificar se existe relação da ELA com as atividades esportivas, foram examinados ciclistas profissionais italianos entre 1945 e 2001 e jogadores de basquete entre 1980 e 2003. Não houve nenhum caso. Confiando que a incidência entre futebolistas não é casualidade, os especialistas intensificam as pesquisas.

"As hipóteses principais são doping, remédios, suplementos alimentares, pequenos traumas nos membros inferiores ou na cabeça e uso de fertilizantes na grama", disse Guariniello, que quer ir além das causas das doenças. "É preciso apurar as responsabilidades”, disse.                                                                                                                                                                                            
Em 2012, o Diretor Médico da FIFA, o Neurologista Jiri Dvorak se reuniu com o conselho científico da Fundação Borgonovo para discutir sobre estudos que mostram uma possível relação entre a prática do futebol e a ELA, entre outras coisas.

Waschington, ex jogador do Fluminense 
Recentemente  o futebol brasileiro perdeu uma de suas grandes estrelas.Na madrugada do dia 25 de maio  morreu aos 54 anos  o ídolo do Fluminense nos anos 80, o ex jogador waschington. Ele sofria de ELA. Waschington lutava contra a doença desde 2006, quando começou a sentir os primeiros sintomas. Vestido com a camisa 9, o atacante waschington jogou 303 partidas e marcou 120 gols com a camisa do tricolor carioca. Tambem  jogou nove partidas pela Seleção Brasileira. Marcou quatro gols, sendo dois deles pela equipe principal. 


Mailson, ex-jogador do Bahia 
Alem do craque Waschington, em 2012  o Brasil perdeu  um outro  jogador de   futebol, o ex-zagueiro do Sta Cruz Recife Dionísio dos Santos Lima, o Dudu, aos 41 anos. Atualmente, o ex-lateral  do Bahia Mailson trava sua luta pessoal contra essa terrivel doença. 



O Movimento em Defesa dos Direitos da Pessoa com ELA (Movela) hoje luta para que pesquisas com células-tronco que já são feitas em vários países do mundo comecem a ser feitas também no Brasil. Essas pesquisas tem demonstrado ser capaz de retroceder ou pelo menos retardar o avanço da doença, dando assim aos pacientes de ELA uma esperança de vida agora e tambem no futuro.

Por isso,  todos contra a ELA!




Fonte:
Imagens meramente ilustrativas