Por Antonio Jorge de Melo
Um homem de 50 anos de Trion, Georgia, é a primeira pessoa a a receber células-tronco injetadas na região cervical de sua medula espinhal, tornando-se assim mais um um pioneiro nas pesquisas com ct.
O paciente chama-se Richard Grosjean, e segundo a edição da CNN, a cirurgia foi realizada no dia 18/11, sexta-feira. Ele é parte de um estudo aprovado pelo FDA que está sendo realizado para avaliar a segurança do uso de células-tronco na medula espinhal de pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). No protocolo aprovado pelo FDA, os 12 primeiros pacientes receberam ct na região cervical da medula espinhal.
Richard Grosjean |
Segundo a matéria da CNN, “a maioria das pessoas acometidas de Esclerose Lateral Amiotrófica morrem de insuficiência respiratória, de acordo com os Institutos Nacionais de Saúde, e a maioria dos pacientes morrem em um prazo que varia de três a cinco anos após o diagnóstico.”
Existe um grupo de pesquisadore neste ensaio clínico que são da Universidade de Michigan, e são liderados pelo neurologista Dr Eva Feldman, que foi quem desenvolveu o desenho do estudo. O Dr Jonathan Glass é neurologista responsável pelo ensaio clínico na Universidade de Emory, em Atlanta, onde os pacientes estão recebendo as injeções, junto com o Dr Nicholas Boulis, neurocirurgião que inventou a tecnica que está sendo utilizada para injetar as células-tronco nos pacientes selecionados para o estudo.
Segundo a matéria da CNN, “em uma operação que durou cerca de quatro horas, Grosjean recebeu cinco injeções em sua medula espinhal, cada uma contendo cerca de 100.000 células-tronco”. As células vieram de Maryland onde fica a empresa de biotecnologia Neuralstem, que está financiando este ensaio clínico e que criou um modelo para desenvolver milhões e milhões de células do neurônio motor a partir do tecido da medula espinhal retirada de um feto de 8 semanas de idade, resultado de um aborto expontâneo.
Os pesquisadores explicaram que não se trata de ct embrionárias, como as que foram usadas pela Geron na Califórnia, que injetou células cultivadas a partir de células estaminais embrionárias humanas na medula espinhal de quatro pacientes com lesão total da medula espinhal.
O que os pesquisadores esperam é poder mostrar que a injeção de células-tronco neurais – células precursoras das células nervosas - na medula espinhal de pacientes com ELA pode ser um procedimento seguro.
Em última instância, a esperança é que através da injeção de células na medula espinhal na altura do pescoço, acima dos pulmões, onde o os danos provocados pela ELA são mortais, essas células-tronco neurais possam reconectar a comunicação do cérebro com os músculos, mantendo os pacientes vivos por mais tempo e talvez, um dia, curá-los.
Segundo a matéria explica, no momento esse ainda não é o endpoint a ser considerado. O objetivo é continuar demonstrando através do estudo que a injeção de células-tronco neurais na medula espinhal é segura para o paciente, não vai causar mais danos a esse paciente, e não causará problemas de rejeição. Os dados que foram levantados a partir da avaliação dos 12 primeiros pacientes do estudo que receberam injeções de ct na região lombar da medula mostra que este procedimento até o momento tem demonstrado ser seguro.
Segundo revelou o Dr Nicholas Boulos, para evitar qualquer dano na medula espinhal do paciente, a agulha que faz a introdução de células-tronco tem que se mover junto com o corpo. Para isso, ele inventou um aparelho que se assemelha a uma plataforma de petróleo em miniatura montada sobre a coluna vertebral do paciente. Ela se move a cada respiração e possui uma agulha super-fina através da qual as células-tronco são injetadas na medula espinhal . Os primeiros 12 pacientes desse ensaio clínico tiveram o equipamento montado na parte inferior das costas, que segundo ele, é uma área melhor e mais espaçosa para se trabalhar. Mas o local da injeção em Grosjean e nos demais 5 pacientes que tambem passarão pelo estudo é no pescoço, o que representa um novo desafio para Boulis.