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Em 2009 fui diagnosticado com uma doença do neurônio motor (DNM) Trata-se de uma doença neuromuscular, progressiva, degenerativa e sem cura. Mesmo assim insisto que vale a pena viver e lutar para que pesquisas, tratamentos paliativos, novos tratamentos cheguem ao Brasil no tempo + breve possível, alem do respeito no cumprimento dos nossos direitos. .

12 de dez. de 2012

Teste é o primeiro a medir progressão da esclerose lateral amiotrófica



Estudo pode ajudar médicos e pesquisadores a identificar pacientes com maior risco de progressão rápida da doença

Um novo teste, que mede proteínas fragmentadas por lesão do sistema nervoso e que são depositadas no sangue e no líquido cefalorraquidiano, revela a taxa de progressão da esclerose lateral amiotrófica (ELA), como informam pesquisadores da Clínica Mayo de Jacksonville, na Flórida; da Universidade de Emory e da Universidade da Flórida.

O estudo, publicado na versão online do Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry, sugere que esse teste, se aperfeiçoado, pode ajudar os médicos e pesquisadores a identificar os pacientes com maior risco de progressão rápida da doença. A esses pacientes seria oferecida, então, alguma nova terapia em fase de desenvolvimento ou de teste.

A ELA - também conhecida como doença de Lou Gehrig - é uma doença neurodegenerativa progressiva, causada pela degeneração dos neurônios motores (as células do sistema nervoso central), que controlam os movimentos voluntários dos músculos. A taxa de progressão varia muito entre os pacientes e a sobrevivência, a partir da data do diagnóstico, pode ser de meses a 10 anos ou mais, diz o diretor-médico da Clínica de ELA da Clínica Mayo de Jacksonville, Kevin Boylan.

" No tratamento de pacientes com ELA, há necessidade de formas mais confiáveis para determinar a rapidez da progressão da doença" , diz Boylan, que é o principal pesquisador do estudo. " Muitos pesquisadores da ELA têm buscado desenvolver um teste com biomarcador molecular para a lesão do sistema nervoso desse tipo; é encorajador saber que esse teste pode fazer isso. Como amostras de sangue são coletadas mais facilmente do que o líquido cefalorraquidiano, estamos especialmente interessados em fazer ainda mais essa avaliação no sangue periférico, em comparação com o líquido cefalorraquidiano" , declara.

"Se houver uma maneira de identificar pessoas que possam ter uma progressão mais rápida, deverá ser possível conduzir estudos terapêuticos com um número menor de pacientes, em menos tempo do que o exigido atualmente"

Tratamento

Não existem medicamentos que levem à cura ou mesmo a benefícios significativos para o tratamento da ELA, no momento, mas há muitos em desenvolvimento" , diz Boylan. Um teste como esse pode ajudar a identificar os pacientes com riscos de uma progressão mais rápida da doença. Com tratamentos experimentais que, basicamente, reduzem a progressão da ELA, a detecção de uma resposta ao tratamento em pacientes com progressão mais rápida pode ser conseguida mais facilmente, diz Boylan. No momento, pacientes com diversas taxas de progressão participam de estudos clínicos, o que pode tornar difícil a análise do benefício de um medicamento, ele afirma.

" Se houver uma maneira de identificar pessoas que possam ter uma progressão mais rápida, deverá ser possível conduzir estudos terapêuticos com um número menor de pacientes, em menos tempo do que o exigido atualmente" , diz Boylan.

Um objetivo para um prazo mais longo é desenvolver testes desse tipo para se avaliar com que eficácia um paciente responde a terapias experimentais.

O teste mede a forma pesada dos neurofilamentos no sangue e no líquido cefalorraquidiano. São proteínas que fornecem uma estrutura para os neurônios motores e, quando os nervos são lesionados pela doença, as proteínas se fragmentam e flutuam livremente no soro sanguíneo e no líquido cefalorraquidiano. Uma pesquisa anterior foi conduzida pelo neurocientista da Universidade da Flórida, Gerry Shaw, que é o pesquisador mais experiente do grupo e que desenvolveu o ensaio com neurofilamentos usado no estudo.

Os pesquisadores mediram a forma pesada de neurofilamentos em amostras de sangue e de líquido cefalorraquidiano de pacientes da Clínica Mayo e da Universidade de Emory, correlacionando os níveis de proteína e a taxa de progressão. " Demonstramos uma associação sólida entre níveis mais altos de proteína e a progressão mais rápida do enfraquecimento dos músculos" , explica. Também houve evidências de que pacientes da ELA, com níveis mais altos de proteínas, tinham uma sobrevivência mais curta, ele informa.

 

Imagem meramente ilustrativa