Por Antonio Jorge de Melo
No dia 23 DE DEZEMBRO DE 2009, O Ministério
da Saúde e a Secretaria de Atenção à Saúde, no uso de suas atribuições criaram a
PORTARIA Nº 496, que estabeleceu o PROTOCOLO CLÍNICO E
DIRETRIZES TERAPÊUTICAS na ELA e a dispensação do Riluzol pelo SUS através de
sua inclusão na lista de alto custo. Desde então, o
que já era uma prática clínica rotineira de muitos especialistas que tratavam a
ELA, tornou-se um protocolo oficial avalizado pelo Ministério da saúde.
Levando-se em conta que o riluzol foi aprovado pelo FDA em 1995 e na
Europa em 1997, foram 14 anos de uma longa espera para que nós pacientes
brasileiros finalmente pudéssemos ter acesso gratuito a uma droga órfã para uma
doença grave, rara e degenerativa como a ELA.
A agência reguladora que controla a fabricação e comercialização
dos medicamentos no Japão, a PMDA, aprovou o medicamento Radicut (edaravona)
para o tratamento da ELA no último dia 26 de junho de 2015. Portanto, a
edaravona passa a ser a segunda droga no mundo com indicação em bula para o
tratamento da ELA.
Ao contrário do riluzol, que quando foi lançado era uma
molécula inédita no mercado mundial de fármacos, e que portanto, ficou
protegido por lei de patente durante muitos anos após o seu lançamento, ou seja,
apenas uma marca de riluzol (Riluteck) estava disponível para comercialização,
a edaravona é uma droga que já existe no Japão desde 2001, quando foi lançada
para o tratamento do AVC Isquêmico, e possui além de sua marca de referência que
é o Radicut mais 4 marcas genéricas, que são:
NOME
|
CONCENTRAÇÃO
|
APRES
|
CUSTO
|
Nuravon
Edvo
Aravon
Fraseda
Radicut
Edavon
|
1.5mg/ml
1.5mg/ml
1.5mg/ml
1.5mg/ml
1.5mg/ml
1.5mg/ml |
30mg/20ml 30mg/20ml 30mg/20ml
30mg/20ml
30mg/20ml
30mg/20ml |
$ 7.22
$ 7.04
$ 7.30
$ 7.13
?
? |
OBS: Alem da apresentação ampola IV, Radicut possui ainda a
apresentação BAG IV FOR INFUSION 30mg/100ml pronta para uso.
E quanto a edaravona, quando será que nós pacientes brasileiros teremos
acesso a essa nova opção terapêutica para o tratamento da ELA, tal qual temos hoje
o riluzol? Eu penso que essa resposta
está atrelada a vários fatores, mas existe um que será fundamental: a
capacidade de mobilização e articulação dos pacientes, familiares e demais partes
interessadas frente ao Poder Público, Legislativo, e Órgãos Regulatórios
brasileiros que detem o poder decisório sobre essa questão.
Então...mãos a obra!