Bernard Miller, CEO da Treeway ao lado do ,Presidente da Associação Lutando Contra a ELA Sthanley Abdão |
Por Antonio Jorge de Melo
No dia 13 de dezembro do ano passado, o MNDA Researrch
Blog publicou uma importante matéria sobre a Edaravona assinada pelo
Neurologista americano Dr Brian Dickie, Diretor de pesquisas da
MNDA.
Segundo Dr Brian, “... há
muitas evidências de que o estresse oxidatvo desempenhe um papel na doença do
neurônio motor (DNM) e outras doenças neurodegenerativas. No entanto,
transformar a teoria em tratamentos tem sido difícil. Várias estratégias de
tratamentos anti-oxidantes foram testadas em ensaios clínicos, mas nenhum foi
eficaz. Mas talvez haja sinais de que as coisas estão mudando”.
Dr Brian fala também sobre a pesquisa que clínicos
japoneses realizaram em parceria com a empresa Mitsibushi
Tanabe Pharma. Trata-se de um estudo de 9 meses de
duração com a droga edaravona, um captador de radicais livres que
já existe no Japão desde 2001, quando foi lançada para o tratamento do AVC
Isquêmico, e possui além de sua marca de referência, que é o Radicut, mais 4
marcas genéricas, que são: Nuravon, Edvo, Aravon, Fraseda e Edavon.
Eles apresentaram seus resultados no último dia do 26º Simpósio Internacional
de DNM/ELA em Orlando.
Segundo Dr Brian explica, “a pesquisa envolveu
mais de 200 pacientes (metade tomaram o medicamento, metade tomaram placebo). No
entanto a pesquisa não mostrou qualquer benefício estatisticamente
significativo, embora tenha havido uma tendência para a progressão mais lenta
com a droga”. Com base nessa informação apresentada no estudo, os
pesquisadores se dedicaram a analisar os dados de forma mais profunda, e eles
identificaram um subgrupo de pacientes que pareceu obter algum benefício
adicional com a edaravona, em relação aos dados globais da pesquisa
inicialmente compilados. Assim, o próximo passo foi a realização de um estudo mais
aprofundado focado nesse subgrupo específico de pacientes . Mais de 130 pessoas
participaram desta nova fase da pesquisa, recebendo infusão intravenosa de edaravona. Os
resultados mostraram uma desaceleração significativa da progressão da
doença (avaliada por meio do ALS Functional Rating Scale) durante um período
de tratamento que durou cerca de 24 semanas.
Dr Brian ressalta ainda em seu artigo que, “embora
estes resultados dão um vislumbre de esperança depois de tantos anos de testes
negativos e inconclusivos, há algumas perguntas que precisam ser respondidas.
Por que a droga só demonstrou algum efeito em um subgrupo? Os resultados do
estudo podem ser confirmados e, em caso afirmativo, pode um efeito a longo
prazo ser demonstrado? Será que a droga tem um efeito na sobrevida? Além disso,
a droga tem que ser administrada por via intravenosa, que pode ser impraticável
para muitos, e além disso existem diferenças fundamentais na maneira que a
população japonesa metaboliza drogas em comparação com os caucasianos, de modo
que diferentes doses precisam ser consideradas para
diferentes populações”.
Mas logo a seguir Dr Brian nos brinda com uma importante
revelação, dizendo que, “felizmente, algumas dessas perguntas serão respondidas
por meio de outro estudo. A empresa holandesa Treeway está desenvolvendo uma
apresentação (de edaravona) que pode ser tomada por via oral, que tem mostrado
ser segura nas fases preliminares das pesquisas. A empresa tem o objetivo de
iniciar um estudo de fase 2/3 em 2016”, conclui.
Fonte:
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Texto Editado
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