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Em 2009 fui diagnosticado com uma doença do neurônio motor (DNM) Trata-se de uma doença neuromuscular, progressiva, degenerativa e sem cura. Mesmo assim insisto que vale a pena viver e lutar para que pesquisas, tratamentos paliativos, novos tratamentos cheguem ao Brasil no tempo + breve possível, alem do respeito no cumprimento dos nossos direitos. .

14 de jun. de 2011

Muito alem do Riluzol

                                     

Pacientes aguardam com ansiedade por uma droga mais efetiva para o tratamento da Esclerose Lateral Amiotrófica.
                                                                         Por Antonio Jorge de Melo

É sagrado. Uma vez por mês minha esposa vai lá na Farmácia do Sus, pega uma senha, aguarda um pouquinho, e sai com a minha caixa de Rilutek. O local é organizado, limpo e iluminado, e os profissionais são educados e atenciosos.  Mas do que eu estou falando afinal? Sim, de um serviço público municipal, que funciona muito bem, acredite se quiser!

Mas infelizmente não há muito que se comemorar quando se pensa no fato de que o Riluzol ainda é a única droga no mercado farmacêutico mundial p/ tratamento da ELA. Não estou considerando tratamentos coadjuvantes ou alternativos.
Basta ler a bula ou conversar com um Neurologista que conheça a doença, que certamente chegaremos a conclusão de que há muito que se pesquisar e se descobrir acerca da etiopatogenia da ELA e de outras doenças neuromusculares, que são doenças extremamente invasivas e que afetam profundamente a qualidade de vida de quem as possui.  Logo, a inquietação e a ansiedade por uma terapia + eficaz é plenamente justificável nesses pacientes.  

Existem 2 drogas atualmente sendo alvo de pesquisa farmacoclínica:

1-Olesoxime
Trata-se de um estudo Fase III cuja avaliação clínica está sendo realizada em 15 centros médicos europeus envolvendo 512 pacientes, e deve ser encerrado agora no final de 2011, mas que de antemão os pesquisadores e especialistas já sabem que seus resultados não são promissores na indicação a qual o estudo está proposto, uma vez que ele se baseia no modelo da proteína SOD1, que antes se pensava ser um marcador biológico da doença e uma peça chave no entendimento dos mecanismos fisiopatológicos da ELA. Hoje sabe-se que não é bem assim.
2-Dexpramipexole
Trata-se de um estudo Fase III cuja avaliação clínica está em fase inicial (abril/2011), e será realizado em um total de 80 centros médicos em vários países envolvendo cerca de 804 pacientes, e terá uma duração de pelo menos 1 ano.

Segundo o Dr Miguel Mitne, "o potencial do Dexpramipexole tem sido amplamente divulgado. Nos estudos prévios, a droga apresentou propriedades neuroprotetoras em modelos in vitro e in vivo. Acredita-se que essa droga aumente o desempenho mitocrondrial, fundamental para sobrevivência dos neurônios motores. Nos estudos clínicos de fase I e II, mostrou-se que o tratamento com a droga apresenta uma tendência de redução da velocidade de progressão da doença e de aumento da sobrevivência."(www.todosporela.org.br)

Outra informação que tem gerado uma enorme expectativa em todos nós  são os estudos experimentais com células-tronco embrionárias e células-tronco  adultas. Por enquanto, segundo comenta o Neurologista Marco Chieia, chefe do ambulatório de doenças neuromusculares da UNIFESP, "a eficácia das células embrionárias com relação a DNM/ELA não existe, não temos se quer um trabalho bem desenhado com um número pequeno de pacientes em andamento que provou algum benefício. O que temos de relato em congressos e de alguns pesquisadores da área é que as células embrionárias por serem primitivas demais tem um potencial de diferenciação imenso e perigoso, podendo se transformar em qualquer coisa, inclusive em melanoma de pele, tumor cerebral, etc, motivo de abandono de algumas pesquisas ainda em laboratório nos EUA.

Com relação as células autólogas adultas já temos algumas respostas. Estas se diferenciam-se em neurônio motor, o tempo de sobrevivencia deste neuronio ainda é impreciso, mais grupo de pacientes que receberam injeções a nível da coluna cervical, de 10/6 reduziram a sua evolução no perído de acompanhamento de 1 ano. Posteriormente os dados precisam ser mais estudados(trabalho italiano). Outros centros mais recentemente tem estudado maneiras mais produtivas do neurônio sobreviver, falta sabermos como viabilizarmos o fator de crescimento junto com cels tronco. Além disto a nanotecnologia tem sido utilizada como vector destas substâncias.
Os centros que atualmente fazem os transplante destas celulas não aplicam estas tecnologias e a chance de resultado positivo torna-se menor."  
Por fim, podemos dizer que todos nós pacientes de ELA, é como se estivéssemos em uma  estação à espera de um trem, ansiosos para que ele chegue e nós finalmente possamos embarcar em uma tão sonhada e esperançosa viagem rumo a um destino onde nos espera uma melhor efetividade no tratamento dessa terrivel doença, bem como o direito de viver, mais e melhor.