Por Juliana M Freitas - Fonoaudióloga
A E.L.A. é uma doença
degenerativa e progressiva que leva a morte seletiva de neurônios do sistema
nervoso central, no caso, os neurônios motores que controlam os movimentos de
toda musculatura de membros inferiores e superiores, laringe e região orofacial.
Tem início insidioso e curso progressivo. (AbrELA, 2003).
O objetivo da
Fonoaudiologia é a manutenção das funções orais ligadas à fala, voz e
deglutição.
Durante a evolução da
ELA, ocorre uma disfunção da musculatura orofaringolaringeal e da musculatura respiratória,
devido a degeneração dos neurônios motores do trato corticobulbar, resultando
em queixas de disartria, dispnéia, disfonia e disfagia.
A Disartria (alteração
na expressão verbal causada por uma alteração no controle muscular dos
mecanismos da fala) compromete a produção oral que é o nosso principal meio de
comunicação, qualquer alteração na emissão dos sons da fala representa não
somente perdas físicas, mas sociais e emocionais, deixando a parte o convívio
familiar e social. A implementação de Comunicação Alternativa é fundamental
para manter o paciente interagindo com seus familiares e as pessoas que o
cercam.
A Disfagia é
preocupante, deve ser avaliada e tratada para não ocasionar problemas
secundários como a desnutrição, desidratação e complicações pulmonares. As
mudanças na consistência dos alimentos é uma das estratégias do fonoaudiólogo
para que o paciente continue se alimentando por via oral de forma segura. Saber
o momento certo de sugerir uma via de alimentação alternativa é fator primordial
para manter o paciente longe de pneumonias aspirativas em decorrência de
alimentação via oral ineficiente quanto à proteção de vias aéreas inferiores.
A demora na realização
do diagnóstico impossibilita a monitorização dos sinais e sintomas apresentados
e as condutas necessárias a cada estágio, fator que agrava a disfagia e
compromete a sobrevida e a qualidade de vida do paciente.
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